Alfredo Martins da Silva, de 59 anos, perdeu a vida num incêndio habitacional, durante a madrugada da passada sexta-feira, em Valdreu. As causas da tragédia ainda estão por apurar e sob investigação da Polícia Judiciária de Braga. O corpo já foi identificado e será sepultado este sábado, pelas 18:00 horas, no cemitério paroquial de Valdreu. A vízinha, que escapou a morte, está a ser acompanhada pelos serviços de ação social do Município de Vila Verde.
Só as paredes exteriores não eram de madeira
A moradia de Alfredo Silva tinha as divisões interiores (paredes) construídas em madeira, assim como o telhado e o soalho. Apenas as paredes exteriores eram de pedra e foi tudo o que restou da habitação. A habitação contígua que também foi atingida pelas chamas, tinha construção mais sólida, o que permitiu à moradora escapar a tempo.
Acessos ao lugar da Cela são de dificuldade extrema
Alguns veículos de combate a incêndios urbanos não conseguiram aceder ao local da tragédia, com os bombeiros a recorrerem a veículos de combate a incêndio florestal, de menor porte. Apesar das dificuldades, a resposta dos bombeiros foi pronta, como avançou ao Semanário V o 2.º comandante de Terras de Bouro, Lino Oliveira, no teatro de operações.
O lugar da Cela, onde ocorreu o incêndio, é um dos mais remotos do concelho de Vila Verde, zona de extrema ruralidade com casas muito antigas e vielas apertadas onde dificilmente há a possibilidade de alargar caminhos sem demolir as habitações.
Serviço de emergência não atendeu pedido de socorro
O atendimento do serviço de emergência (112) terá sido outro problema na altura em que foi detetado o incêndio pelos vizinhos da habitação.
“Estivemos mais de cinco minutos a tentar entrar em contacto com o 112, mas não atendiam as chamadas”, indicaram vários populares no local.
Ao fim de várias tentativas com o número de emergência, uma popular acabou por conseguir pedir auxílio através do 117, serviço de emergência para deteção de incêndios em floresta, que transferiu a chamada para os Bombeiros de Vila Verde.
Lugar da Cela fica a mais de 20 quilómetros do quartel de Vila Verde
Do quartel de Vila Verde foi pedida colaboração dos Bombeiros de Terras de Bouro (BVTB), que se encontravam a cerca de cinco quilómetros do lugar da Cela.
Os BVTB fizeram a primeira intervenção enquanto aguardavam auxílio da corporação de Vila Verde, que chegaram vinte minutos depois.
A tragédia volta a colocar em cima da mesa pedido antigo de autarcas e populares pela criação de um posto avançado na zona do Vade, para servir o norte do concelho.
Alguns operacionais bombeiros concordam e lamentam a indisponibilidade de conseguirem chegar mais rápido aquela zona remota do concelho, a mais de 20 quilómetros.
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