A oposição na Câmara de Braga acusou esta segunda-feira a maioria PSD/CDS-PP/PPM de querer vender a antiga saboaria Confiança para “tapar buracos de tesouraria” traindo a cidade com esta opção, descartando a opção de criar um museu naquele espaço.
Na reunião do executivo que ocorreu esta segunda-feira, a maioria aprovou, com voto contra do PS e da CDU, uma nova hasta pública para alienar a antiga fábrica de perfumes e sabonetes, depois de duas tentativas falhadas por providências cautelares, esperando desta forma “encaixar” nos cofres da autarquia mais de três milhões de euros.
Ricardo Rio, fala que o caderno de encargos “garante a preservação da memória” da unidade fabril e que ali só poderá ser “criada uma residência universitária”. Há forte contestação de associações culturais e recreativas da cidade e da oposição do PS e CDU.
Abstenção da vereadora da Cultura
A votação ficou marcada pela abstenção da vereadora da Cultura, Lídia Dias, que confirmou que não vê que esta proposta seja um “motor de uma relação com a Universidade do Minho, sobretudo no domínio cultural.
“Fica claro que este projecto não tem unanimidade no executivo de Ricardo Rio. É preciso parar este erro histórico”, pode ler-se em comunicado da plataforma “salvar a confiança”, referindo-se à abstenção da vereadora da cultura.

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Oposição fala em “dinheiro da confiança” para pagar a fornecedores
Para o líder da oposição socialista, Artur Feio, a “maioria quer vender a Confiança unicamente para realizar dinheiro”. Avança ainda que “há um e-mail mandado a fornecedores no qual a autarquia justifica atrasos em pagamentos por falta de liquidez de tesouraria e viram na venda da Confiança, ainda que ao desbarato, uma forma de os resolver, até porque indicam isso nestes e-mails”, denunciou Artur Feio.
Para o PS, “a autarquia investe dinheiro em coisas como aumento das luzes de Natal e deixa ficar outras coisas mais importantes e vitais para a cidade por fazer”.
Por sua vez a CDU, diz que a alienação da Confiança representa “uma tremenda traição à cidade e à população, porque quando o complexo foi adquirido pela autarquia, ainda sob a presidência de Mesquita Machado (PS), em 2011, a promessa é que ali seria feita uma unidade museológica que preservaria a memória da saboaria e teria fins culturais”.
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